Apneia Obstrutiva do Sono – Mitos e Verdades
Chamamos de síndrome da apneia obstrutiva do sono os episódios sem oxigenação cerebral e, consequentemente, corporal que ocorrem durante o sono de certas pessoas pelo bloqueio das vias aéreas respiratórias e, consequentemente, pelo bloqueio da passagem do ar para os pulmões, devido a diversas causas, algumas delas mais comuns e frequentes, como o colabamento (fechamento) dos tecidos moles da via aérea posterior (região posterior à garganta, laringe e faringe).
Os índices de apneia e hipopneia (IAH) durante o sono variam entre uma classificação de normal a grave: até cinco episódios por hora = normal / até quinze episódios por hora = leve / até trinta episódios por hora = moderado / acima de trinta episódios por hora = grave. Estes dois últimos, sendo grandes causadores da eliminação completa da qualidade de vida de muitos indivíduos.
MITOS E VERDADES SOBRE A APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
MITO = NÃO EXISTE TRATAMENTO DEFINITIVO PARA A APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
Existe sim tratamento definitivo para a apneia obstrutiva do sono. A cirurgia ortognática, ao promover um avanço no sentido horizontal de forma definitiva dos ossos maxilar e mandibular do paciente afetado, aumenta o espaço aéreo posterior de forma considerável a ponto de eliminar por completo a obstrução dos tecidos moles posteriores que compõe a via aérea, pois, estes tecidos avançam conjuntamente aos ossos avançados e posicionam-se para sempre em uma região mais anterior, eliminando na maioria das vezes por completo o bloqueio da via aérea causador da apneia obstrutiva do sono pelo bloqueio da passagem do ar para os pulmões durante o sono.
MITO = EXISTEM APARELHOS / DISPOSITIVOS QUE TRATAM A APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO DE FORMA DEFINITVA
Não. Os aparelhos e dispositivos que existem no mercado e tratam a apneia do sono conseguem controlá-la de uma forma temporária e não definitiva. Eles só têm efeito positivo no quadro da síndrome durante a sua utilização. Nos horários e nos períodos nos quais os usuários não conseguem utilizá-los, não haverá efeito algum sobre os episódios de apneia durante o sono. Dentre estes aparelhos disponíveis no mercado encontram-se o CPAP (Pressão Positiva Contínua sobre as Vias Aéreas), o qual é utilizado para aumentar a pressão do fluxo de ar na via aérea durante a sua utilização e o aparelho do ronco, que projeta o osso mandibular para frente durante o sono, promovendo um aumento parcial temporário da via aérea posterior e da passagem do ar para os pulmões durante a sua utilização devido à projeção temporária para anterior dos tecidos moles que envolvem esta região. Há que se comentar aqui que este último precisará ser indicado mediante a avaliação prévia da saúde das articulações do osso mandibular, pois, em articulações degeneradas, deterioradas ou que tenham as suas cartilagens (meniscos) deslocadas, este aparelho tenderá a agravar e piorar os sinais e sintomas destes distúrbios que acometem as articulações, os chamados distúrbios têmporo mandibulares (DTMs).
MITO = A CIRURGIA ORTOGNÁTICA PARA TRATAMENTO DA APNEIA DO SONO É SUPER AGRESSIVA E DE ALTA MORBIDADE
A cirurgia ortognática é realizada sob anestesia geral, porém, a modernidade das drogas anestésicas e dos materiais de fixação óssea fazem com que atualmente ela seja um procedimento cirúrgico altamente seguro e com recuperação relativamente rápida.
VERDADE = DEPRESSÃO, LETARGIA, CANSAÇO, TRISTEZA, CEFALÉIAS, CONFUSÃO MENTAL, SONOLÊNCIA DIURNA, FRAQUEZA SÃO SINAIS E SINTOMAS ASSOCIADOS À SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAOS)
Sim, a falta de oxigenação cerebral e, consequentemente, a falta de oxigenação a nível corporal, provocam sinais e sintomas que atrapalham e incapacitam parcialmente ou até totalmente a rotina diária das pessoas atingidas por esta síndrome.
VERDADE = PROBLEMAS CARDÍACOS PODEM SER DESENCADEADOS PELA APNEIA DO SONO
Sim, a síndrome aumenta a pressão arterial, pois, faz-se necessário que o coração bombeie o fluxo sanguíneo com mais força para que seja possível que o oxigênio chegue a todas as extremidades do corpo. Portanto, este aumento dos batimentos cardíacos manifesta-se diretamente em um aumento importante das medições da pressão arterial.
MITO = CIRURGIAS OTORRINOLARINGOLÓGICAS CORRIGEM A SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
Não. Elas podem promover uma melhora parcial por aumentarem a circulação de ar em alguma porção das vias aéreas, porém, não conseguem resolver nem tratar a síndrome de forma definitiva porque não tem a capacidade de desbloquear o espaço aéreo inferior posterior reduzido e atrofiado causado pelo retro posicionamento dos ossos maxilar e mandibular. Este retro posicionamento ósseo somente poderá ser completamente solucionado através do avanço definitivo destes ossos promovido pela cirurgia ortognática.
MITO = O EMAGRECIMENTO RESOLVE A SÍNDROME DA APNÉIA DO SONO
Não. Pode até resolver parcialmente e de forma temporária, porém, o bloqueio da via aérea posterior não se dá por excesso de peso, mas, sim, por um bloqueio da passagem do ar na via aérea por uma questão anatômica: o retrognatismo esquelético (posicionamento para trás) dos ossos maxilar e mandibular da face do paciente, o qual faz que todos os tecidos moles da região (pele, gordura, músculos etc.) também estejam posicionados para trás.
VERDADE = É POSSÍVEL TRATAR DE FORMA EFICAZ A SÍNDROME DA APNEIA DO SONO E VOLTAR A TER QUALIDADE DE VIDA
Sim, a síndrome é passível de ser tratada de forma definitiva através da cirurgia ortognática e de forma transitória e temporária através de aparelhos e dispositivos como o CPAP e o aparelho do ronco (que projeta o osso mandibular e os tecidos moles da região durante o seu uso). Independentemente da escolha terapêutica por parte do paciente em conjunto com as orientações do profissional da sua escolha, alguma ou algumas das alternativas terapêuticas aqui relacionadas aumentarão de forma estatisticamente comprovada a qualidade de vida das pessoas afetadas pela síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS).
Imagem do espaço aéreo de paciente diagnosticado COM a síndrome da apneia obstrutiva do sono = espaço aéreo entre 20 a 52 (milímetros) – tamanho bastante reduzido
Imagem do espaço aéreo de paciente diagnosticado SEM a síndrome da apneia obstrutiva do sono = espaço aéreo entre 110 a 220 (milímetros) – tamanho considerado normal